quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A trilha estreita da servidão



Para os súditos inventaram a moral, a ética, a decência o temor de Deus, a parcimônia e o pudor. 
Para os poderosos existem os relativismos, os liberalismos, a libertinagem e as idiossincrasias. 
Os pobres devem pagar suas dívidas e terem seus nomes limpos. Devem respeitar as leis, serem trabalhadores e cumprirem com regularidade os ritos religiosos. 

Os ricos não precisam mais de deus. Criaram um complexo de crenças mais ou menos organizadas que servem apenas para justificar suas bênçãos e explicar a tão desejada acomodação de classes. 
Os servos são ciumentos e liquidificam toda sua adrenalina flertando e escapando da traição afetiva, como numa dança das cadeiras. Os nobres querem mesmo é o poder. 
Para os pobres foi criada a ordem, para os ricos foi inventado o progresso. 
Para os escravos existem as regras. Para os libertos existe o gozo. 
Para os crentes foi construído o inferno. Para os céticos existem os inferninhos, as praias, as montanhas, os chalés, os spas e as clinicas de bronzeamento artificial. 
Os pobres são castigados. Os ricos pagam suas indulgências. 
Os pobres sentem medo de Deus. A classe média sente medo do ladrão. O rico teme que o Estado escape às suas mãos. 
Os pobres olham para os ricos e mentem para si mesmos, acreditando que são santos. 
A classe média olha para os pobres e engana a si mesma, fingindo  que são ricos. Os ricos só olham para si mesmos e pensam que são imortais. Sonham com o Estado mínimo e com a cura para o câncer.

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