domingo, 15 de julho de 2012

A felicidade é igual a um café passado na hora




Peço a licença para falar sobre felicidade.

Ou sobre o café passado na hora.

É muito piegas (eu sei) e muitas vezes são irritantes as teorias sobre felicidade. Principalmente quando o assunto foi saturado pela indústria da “autoajuda”.

Mas o fato é que eu também tenho direito a destilar a minha cota de mediocridade vez por outra. Ou vez em sempre, sei lá.

A felicidade é igual a um café passado na hora.

A gente pode sentir seu cheiro quando ela está por vir.

Tal qual o café preto passado na hora, a felicidade é muito mais gostosa quando compartilhada. Até acontece de a gente passar um café exclusivamente para si mesmo. No entanto, ele adquire outro sabor quando dividido com as pessoas que bem queremos.

O café passado na hora é um gozo quase que instantâneo. A felicidade também. Logo mais ele vai esfriar e gradativamente perdendo seu sabor.  

A gente pode conservá-lo na garrafa térmica para aumentar a duração do seu calor. E assim devemos fazer também com a felicidade. Protegermos ao máximo, prolongando seu sabor, sempre com a memória daquela primeira xícara tão gostosa, deixando a garrafa térmica sempre ao alcance, até que ela se esgote.

Muitas vezes, o café que fica na garrafa térmica nem acaba. Somos nós que nos damos conta de que aquela felicidade ali já perdeu seu sentido e devemos partir para a próxima.

E aí reside uma situação muito importante. Termos a certeza que um novo café certamente virá.

No intervalo entre os cafés, às vezes sentimos sua falta. Ainda que não se dê conta disso, mas o recesso pode até trazer desespero para alguns.

É difícil começar um dia sem café. Encarar a vida cotidiana sem alguma felicidade.

Mas é bem verdade que tomar café o dia inteiro pode fazer muito mal para a saúde. Você pode até prepará-lo a todo o momento, mas certamente sofrerá algumas consequências futuras.

Aquele café instantâneo do supermercado pode até cumprir o seu propósito vez por outra, mas certamente não será a mesma coisa.

Melhor mesmo é esperar sem desespero. Não se pode ser feliz o tempo todo e se forçarmos a barra pode ser fatal.

Fugir do tédio a todo custo é uma grande armadilha.

Eu alertei. já no começo deste texto, que ele caminharia rumo à “pieguisse” e que o leitor correria o risco de perder seu tempo na areia movediça da autoajuda.  Então não reclame se chegou até aqui.

Mas saiba que logo mais um café fresco será passado, perfumando toda a sua casa. Certamente ele não vai durar o tempo todo. Mas quem disser que vive o tempo todo na plenitude da felicidade é um grande mentiroso.

Melhor mesmo é ter a noção de que nada pode ser para sempre.

Que a felicidade é simples e barata como um cafezinho.  

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