terça-feira, 31 de julho de 2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Como tudo no Brasil, a liberdade de expressão é privilégio dos ricos!

A crescente participação dos blogs e das redes sociais na difusão de conteúdo jornalístico e de opinião, democratizando o debate político para além dos meios de comunicação tradicionais vem causando arrepios na classe conservadora.

A cada dia, os brasileiros adquirem o habito de buscar fontes alternativas de informação e de reflexão sobre as grandes questões políticas nacionais, ou mesmo sobre a nossa vida cotidiana.

Isso sem falar nos conteúdos de diversão e entretenimento.

A população jovem aprendeu rápido a buscar conteúdo na internet, deixando de depender da programação das tradicionais empresas de comunicação.

Ainda que a velha mídia tenha imensa importância na formação de opinião, a internet (em especial as redes sociais), surgem como fonte alternativa. 

Entre outras coisas, as pessoas perceberam que a vida real não se resume à "versão oficial" dos jornais.

Enquanto as redes sociais eram meras concorrentes na geração de entretenimento, os grandes grupos de comunicação se prepararam para a disputa de mercado.

Mas quando as questões políticas  nacionais passaram a ser discutidas, contradizendo as grandes manchetes midiáticas, a disputa passou a ser questão de sobrevivência.

Nas últimas eleições, as redes foram responsáveis por "inverter o roteiro" de uma novela que deveria ter um final diferente, caso o debate político eleitoral estivesse ainda entregue aos grandes grupos de comunicação.

Agora, a disputa é pelo poder. 

Os grandes interesses da oligarquia estão em jogo.

Para os ricos, a democracia atendia ao propósito de legitimar o poder dos grandes grupos econômicos, porém, acomodando sanha por representação e participação política na sociedade brasileira.

Tampouco interessava à oligarquia governos autoritários e intervencionistas que viessem a limitar as grandes negociatas.

A democracia desenhada pela oligarquia era um grande teatro. O cenário ideal para a manutenção dos velhos privilégios. E a mídia dirigia o espetáculo com maestria, cabendo ao povo o papel de referendar nas urnas o que já estava decidido.

O Brasil ainda não fez mais do que algumas reformas sociais e tênues correções de rumos. Mas isso já foi suficiente para o estresse dos conservadores.

A democratização nos meios de comunicação, pode a médio e longo prazo dissolver a capacidade dos grandes grupos de comunicação "pautarem" a agenda do executivo e do legislativo.

A possibilidade de o Estado criar instrumentos sérios de regulação da mídia é tratada pelos magnatas como um atentado contra a liberdade de imprensa.

Mas ao que parece, a liberdade de expressão deve ser um privilegio apenas dos grandes e ricos grupos de comunicação.

Sem menor pudor, a velha imprensa vem atacando a "blogosfera" e exigindo que o poder público controle as redes sociais, inibindo seu potencial de comunicação com a sociedade.

Não são poucos os editoriais em que os grandes jornais acusam os blogueiros de serem militantes contratados pelo PT.

Muito curioso este protesto.

Ao menos este blogueiro que vos fala, jamais foi filiado ao Partido dos Trabalhadores e sequer militou em suas prestigiosas fileiras.

Além do mais, seria razoável que os grandes órgãos de imprensa fossem também denunciados por apoiarem de maneira escandalosa, desde sempre, o partido que condenou o Brasil à chaga do neoliberalismo.

E por falar em neoliberalismo, a velha imprensa festejou a abertura escancarada da economia brasileira à especulação internacional. Regozijou-se gostosamente defendendo a dilapidação do patrimônio público para empresas gringas que sucatearam os serviços ao consumidor, enquanto recheavam seus cofres. Deu de ombros para a quebradeira da industria nacional que ficou sem condições de competir no mercado internacional.

Mas o interessante, é que este apego às regras de ouro do livre mercado globalizado não se reflete quando  o assunto é a concorrência das empresas de comunicação brasileiras com empresas estrangeiras.

Os grandes jornais e televisões se manifestam com veemência em defesa da soberania nacional quando vêem a possibilidade de serem obrigados a concorrer com os grandes grupos estrangeiros.

É pena que não tenha sido da mesma forma quando eles defenderam a quebra do monopólio estatal do petróleo, das telecomunicações e a venda a preço de banana das nossas grandes empresas estratégicas ao interesse especulativo internacional.

E as contradições não param por aí.  Os magnatas das comunicações querem impedir uns poucos blogs de receberem publicidade institucional.

Mas a hipocrisia moralizadora da velha mídia, ao tratar dos gastos públicos, omite os bilhões de reais gastos com o dinheiro do contribuinte, por meio de publicidade governamental, para pagar o arrego dos grandes grupos que desde sempre conspiram contra o Brasil.

A liberdade de expressão não pode ser, como tantas coisas no Brasil, privilegio da oligarquia.  

Ensaia-se uma ofensiva contra os blogs e a sociedade deve estar consciente deste verdadeiro atentado contra a democracia.

sábado, 21 de julho de 2012

Polícia está medindo forças com a sociedade. Agora, SP inteiro virou um Pinheirinho!

Precisava escrever um post falando de violência policial.
Vou tentar fazer isso com algum cuidado, escolhendo bem as palavras.
Confesso que sinto medo da Policia de São Paulo. Afinal de contas já fui vitima de violência policial da maneira mais torpe e gratuita, sofrendo ameaças durante um tempo por resistir e denunciar o ocorrido.
E não sou único. Conheço muita gente que diz sentir mais medo da policia do que do bandido. Talvez isso seja um exagero, mas para esta frase se tornar coisa comum nas ruas da cidade é porque as coisas chegaram no limite.
Embora seja sociólogo, não sou teórico do assunto. Existem intelectuais com estudos muito interessantes sobre o tema que poderiam colaborar com muito mais qualidade.
Quero manifestar meu respeito aos policiais honestos, honrados e corajosos que enfrentam perigos cotidianos e não são reconhecidos de maneira adequada pelo governo. Tenho gente na família que trabalha na corporação e admiro muito o empenho e honestidade.
Porém não vou aqui tratar dos indivíduos, mas da estrutura.
Que a policia sempre foi violenta não é novidade para ninguém.
Que torturou, matou, escondeu cadáveres e ofereceu serviços históricos a alguns ditadores que governaram este país, existem documentos nos arquivos públicos e nas universidades para comprovar.
Mas neste último período, o Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua policia, não tem feito esforço algum para esconder o seu viés autoritário.
Tendo em vista o comportamento recente da policia de São Paulo, fica a impressão que ela está medindo forças com a sociedade civil.
A recente mobilidade social neste país não ocorreu sem causar resistências e ressentimentos.
A hierarquia de classes e os velhos privilégios parecem estar sob ameaça e geram resistência.
Se o Brasil não conseguiu ainda oferecer aos seus cidadãos condições reais de vida digna com acesso aos principais direitos sociais, a diminuição da desigualdade, ainda que tênue, vem impulsionando mudanças definitivas na nossa sociedade.
A entrada de milhões de brasileiros no mercado de consumo talvez tenha sido a mudança mais notável.
No entanto, existe uma mudança gigantesca que pouca gente se deu conta. É muito difícil de captar porque ela ainda esta no campo do imaginário desta gente.
A igualdade social se tornou um valor cada dia mais presente na vida das pessoas.
Do nosso jeito, cheio de contradições e imperfeições, estamos construindo um novo país. A sociedade brasileira está em ebulição. Se ainda não se trata de uma ebulição política, ao menos estamos vivendo transformações sociais e culturais que inevitavelmente irão refletir no desenho de nossas instituições.
E isso causa arrepio na elite conservadora!
Quando digo que o Estado de São Paulo colocou a policia para medir forças com a sociedade, é porque funciona assim: do lado deles estão os "cidadãos de bem", inevitavelmente pacatos, satisfeitos e silenciosos. Do lado de cá está a massa crítica perigosa. São todos maconheiros, sindicalistas, viados, vagabundos, favelados, traficantes, torcedores organizados, invasores de terra, grevistas, ciclistas, camelôs, detentos, bêbados, boêmios, artistas de rua, professores, arruaceiros, estudantes, vândalos, etc.
E os conservadores sorriem satisfeitos quando a policia desce o porrete em todos estes grupos indesejáveis para o caráter pacifico e ordeiro do nosso estado.
Seja na ocupação da USP, na repressão às manifestações pacificas, na provocação gratuita em eventos sociais ou até mesmo na comemoração das torcidas por seus raros campeonatos conquistados a ordem é sempre a mesma, demonstrar força e impedir esta sociedade de respirar, conviver e acreditar em si mesma.
Ao promover o chefe da operação no bairro do Pinheirinho à Comandante Geral da Policia de São Paulo, o senhor governador deu mostras claras do que ele pretendia para a nossa polícia.
Portanto, escrever cartas de desculpas depois que esta policia executa pessoas inocentes não passa de dissimulação.
O governador anunciou que irá indenizar o empresário morto no Alto de Pinheiros, fuzilado pela policia dentro do seu carro.
Nada mais justo, porém insuficiente para reparar a perda de sua vida.
Mas chega a ser curioso o caráter dessa gestão tucana. A morte de um empresário de classe média alta merece o pronto reconhecimento do estado e pagamento de um valor compensatório. Já a morte cotidiana dos "pretos, pobres e putas" (PPP), sequer merece um pedido de desculpas. Seria porque suas vidas já não valiam nada mesmo, para merecimento de uma indenização?
---
A busca do povo brasileiro por igualdade e justiça social é um caminho sem volta.
Este povo nunca mais irá aceitar ser tratado como gado. Se a violência policial existe, como sempre existiu, chegou a hora dela deixar de existir. A sociedade não admite mais este tipo de comportamento.
Os poderosos deverão aprender a estabelecer outro tipo de relação com seu povo. O mapa político brasileiro está mudando rapidamente e a força política que não se adaptar, irá desaparecer.
Uma população não deve temer sua polícia, mas respeitar e se sentir protegido por ela.
Durante um grande período, a polícia cumpriu a ingrata tarefa de ser o braço do Estado em locais onde não existiam instituições. Foi a principal mediadora de conflitos e regulação das relações entre indivíduos.
Mas estamos em outro patamar agora. O Brasil não precisa de mais policia, precisa de instituições equivalentes ao nosso momento histórico. Precisamos de justiça, não de porrete.
Estamos em 2012. A ditadura acabou há quase três décadas. A presidenta do Brasil já foi um dia  presa e torturada.
Se a Policia de São Paulo continuar medindo forças com a sociedade irá perder! Estão fazendo tudo errado e a história está aí para nos dar exemplos claros.
Agora, São Paulo inteiro virou um Pinheirinho!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Relógios de rua estão TRAVADOS desde o início da gestão Serra-Kassab. O resto da cidade também!



Vambora, vambora...
Ta na hora, vambora

Essa singela canção faz parte do imaginário paulistano.

Nenhuma pergunta é mais presente no cotidiano de quem vive nesta cidade do que a famosa: “que horas são?”.

São Paulo é a cidade que não pode parar. Até porque não tem lugar para estacionar.

Mas os relógios de rua da capital paulista estão travados desde o início da administração Serra-Kassab.

Alguns vivem simplesmente apagados. Outros marcam o seguinte horário: 88:88.

Por estes dias tem feito bastante frio em São Paulo, mas os radares parecem sentir de maneira mais drástica o inverno. Aqui perto do trabalho, o termômetro marca -10º.

Para muitos, esta questão pode ser prosaica. Um tema menor entre tantas demandas da nossa cidade.

Mas um problema simples que não é resolvido em quase uma década torna-se uma das tantas aberrações desta cidade. Antes de tudo, isso revela o abandono e o desinteresse da atual gestão com o cotidiano da população.

Dizem que a prefeitura não consegue aprovar na câmara a concessão dos relógios e pontos de ônibus para empresas privadas.

Ao que parece, esta administração prefere tratar de grandes questões, sobretudo às que envolvem arrecadação de taxas, multas, tarifas e impostos.

O senhor prefeito é muito rigoroso com os comerciantes, empresários, ambulantes e motoristas.

A prefeitura exige rigor no cumprimento dos diferentes tipos de proibição.

Existem proibições de todas as naturezas. Ninguém escapa à sanha higienista do atual prefeito.

Quem sai da linha paga caro. As multas são pesadas.

Mas quando é para dar conta de suas responsabilidades, a cidade fica igual aos seus relógios de rua, travada.



domingo, 15 de julho de 2012

A felicidade é igual a um café passado na hora




Peço a licença para falar sobre felicidade.

Ou sobre o café passado na hora.

É muito piegas (eu sei) e muitas vezes são irritantes as teorias sobre felicidade. Principalmente quando o assunto foi saturado pela indústria da “autoajuda”.

Mas o fato é que eu também tenho direito a destilar a minha cota de mediocridade vez por outra. Ou vez em sempre, sei lá.

A felicidade é igual a um café passado na hora.

A gente pode sentir seu cheiro quando ela está por vir.

Tal qual o café preto passado na hora, a felicidade é muito mais gostosa quando compartilhada. Até acontece de a gente passar um café exclusivamente para si mesmo. No entanto, ele adquire outro sabor quando dividido com as pessoas que bem queremos.

O café passado na hora é um gozo quase que instantâneo. A felicidade também. Logo mais ele vai esfriar e gradativamente perdendo seu sabor.  

A gente pode conservá-lo na garrafa térmica para aumentar a duração do seu calor. E assim devemos fazer também com a felicidade. Protegermos ao máximo, prolongando seu sabor, sempre com a memória daquela primeira xícara tão gostosa, deixando a garrafa térmica sempre ao alcance, até que ela se esgote.

Muitas vezes, o café que fica na garrafa térmica nem acaba. Somos nós que nos damos conta de que aquela felicidade ali já perdeu seu sentido e devemos partir para a próxima.

E aí reside uma situação muito importante. Termos a certeza que um novo café certamente virá.

No intervalo entre os cafés, às vezes sentimos sua falta. Ainda que não se dê conta disso, mas o recesso pode até trazer desespero para alguns.

É difícil começar um dia sem café. Encarar a vida cotidiana sem alguma felicidade.

Mas é bem verdade que tomar café o dia inteiro pode fazer muito mal para a saúde. Você pode até prepará-lo a todo o momento, mas certamente sofrerá algumas consequências futuras.

Aquele café instantâneo do supermercado pode até cumprir o seu propósito vez por outra, mas certamente não será a mesma coisa.

Melhor mesmo é esperar sem desespero. Não se pode ser feliz o tempo todo e se forçarmos a barra pode ser fatal.

Fugir do tédio a todo custo é uma grande armadilha.

Eu alertei. já no começo deste texto, que ele caminharia rumo à “pieguisse” e que o leitor correria o risco de perder seu tempo na areia movediça da autoajuda.  Então não reclame se chegou até aqui.

Mas saiba que logo mais um café fresco será passado, perfumando toda a sua casa. Certamente ele não vai durar o tempo todo. Mas quem disser que vive o tempo todo na plenitude da felicidade é um grande mentiroso.

Melhor mesmo é ter a noção de que nada pode ser para sempre.

Que a felicidade é simples e barata como um cafezinho.  

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Assuma seus cabelos. Diga NÃO à chapinha!



Que lindas são as moças com seus cabelos naturais.

Sejam eles cacheados, crespos, encaracolados, ondulados, rebeldes ou volumosos.

Aqueles cabelos escandalosos que se exibem gostosamente, satisfeitos de si, sem vergonha ou encanações.

Por estes dias viajei para a Europa. As mulheres de lá que fogem ao padrão europeu e por sorte foram presenteadas pela natureza com cabelos volumosos, ostentam suas jubas de maneira muito elegante.

Seja na Itália, na França ou na Espanha, as capitais da moda estão repletas de mulheres com seus cabelos bem cuidados, cheirosos e arreganhados ao vento, contemplando as diferenças.

Mas por que eu precisaria viajar à Europa para me encantar com as cabeleiras tão particulares às mulheres mestiças ou negras brasileiras? Por que hoje em dia é mais fácil encontrar mulheres que valorizam suas “africanidades” nas ruas de Londres do que na cidade de São Paulo?

Esta maldita chapinha vem nivelando as mulheres e tornando todos os visuais monotonamente parecidos.

Enquanto as mulheres que mantém seus cabelos naturais aparentam estar felizes e bem dispostas, as que aderiram a chapinha me parecem constantemente cansadas e tristes (não sei o porquê).

Deve ser o trabalho em remar contra a maré, desafiar a natureza e pranchar os cabelos todos os dias, perderem seus sábados em escovas progressivas, fugir da chuva ou se entortar no banho.

Aliás, por que a tal escova se chama progressiva? O cabelo progride em direção à que? Ou aonde?

O Brasil tem certas particularidades. Ainda que tenhamos horror à igualdade, temos também um profundo desrespeito com as diferenças.

No país dos camarotes VIPs, sejam eles nas baladas, carnavais ou em hospitais e universidades, uma cabeleira assanhada pode ser considerada um sinal de impertinência malcriada, quando não subversiva.

Segundo o  antropólogo Oracy Nogueira, enquanto na América do Norte existe um preconceito racial ligado à origem das pessoas, aqui no Brasil convivemos com um preconceito de marca.

Ou seja, se nos Estados Unidos uma pessoa será tratada como negra, caso tenha parentesco afro-americano, ainda que não tenha todos os traços de um negro, no Brasil os traços físicos e as características estéticas dos negros são decisivas para a formulação do preconceito.

Oracy falou assim: “No Brasil, a intensidade do preconceito varia em proporção direta aos traços negróides; e tal preconceito não é incompatível com os laços de solidariedade e simpatia. Os traços negróides, especialmente numa pessoa por quem se tem amizade, simpatia ou deferência causam pesar, do mesmo modo por que o causaria um “defeito” físico. Desde cedo se incute, no espírito da criança branca, a noção de que os característicos negróides enfeiam e tornam seu portador indesejável para o casamento...” *

E olha que hoje em dia, não são somente as afro-brasileiras que utilizam o expediente da chapinha.

As meninas brancas torturam seus lindos cachos no ferro quente ou mesmo no formol, mumificando seus lindos cabelos.

Espero que as cabeleireiras me perdoem se estou interferindo em sua reserva de mercado ou mesmo falando alguma bobagem. A verdade é que não entendo nada de cabelo.

Mas é curioso como as mulheres de cabelo “armado” ofendem as brasileiras. Não foram poucas as vezes que eu vi algumas amigas verdadeiramente irritadas com uma Vanessa da Mata da vida.

Tempos atrás peguei um ônibus em Salvador. Entrou uma moça tão elegante com aquele cabelo festivo e um vestido simples com flores coloridas estampadas. Ela passou ao meu lado e senti o perfume da sua pele. Quase perdi o fôlego.

Bunda mole que sou, sequer me apresentei. Talvez tenha ficado sem reação.

Porém, daquele dia em diante prometi que anunciaria as mulheres que elas não precisam ser tão cruéis consigo mesmas.

Sejam simples e felizes.

Não que os cabelos lisos sejam feios. Muito pelo contrário. Mas estes já são fartamente valorizados pela estética dominante.

Minha tarefa aqui é brindar o que há de mais lindo na mulher brasileira.

Viva a diversidade!



* Oracy Nogueira – Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem. Sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil