quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sensação em São Paulo é de APAGÃO tucano



Ao apagar das luzes do Governo Fernando Henrique Cardoso, o Brasil efetivamente estava no escuro.

A escuridão do “apagão” que deixou cidades à meia luz durante mais de um ano marcou a gestão de FHC.

A falta de investimentos e as agora famosas na Europa “metas de austeridade” condenaram a população a um caos na infra-estrutura nacional.

O corte nos investimentos do Estado era incompatível com o esforço realizado para a privatização das empresas estratégicas nacionais. A grande justificativa da “privataria tucana” era livrar o Estado dos prejuízos que os neoliberais diziam provocar as empresas estatais, além do esforço administrativo que elas exigiam.

Em troca, o Brasil teria investimentos do Estado em serviços sociais e infra-estrutura, já que o Brasil receberia uma bolada de dólares e o governo estaria livre de suas obrigações com as estatais, podendo enfim cuidar de sua gente.

Mas o corte nos investimentos do Estado, a desregulação da economia, a entrega da economia nacional ao capital especulativo e a quebra da indústria nacional com a supervalorização do câmbio e a abertura escancarada para os produtos importados provocou o maior desemprego da história nacional e uma grande recessão econômica. O Estado estava muito mais endividado, mesmo entregando todo o seu patrimônio construído durante anos de esforços de sua gente.

São Paulo foi à cidade mais afetada. O desmonte das indústrias e o desemprego fizeram com que São Paulo ficasse estagnado e de certo modo parasse no tempo. Durante anos, sequer uma estação de Metrô foi inaugurada e as rodovias foram oferecidas a concessionárias privadas com pedágios altíssimos.

O apagão do final do governo FHC é sentido agora de múltiplas formas pela população de São Paulo ao final de duas décadas de governo do PSDB. Soma-se a isso os quase oito anos de administração Serra-Kassab na capital paulista.

Enquanto existe um Brasil vibrante e transformador no Rio e no Nordeste, a locomotiva do Brasil enferrujou e estagnou em panes, acidentes, greves e congestionamentos.

Ao invés de oferecer soluções, o Governo do Estado de São Paulo acusa a população pelos problemas.

A greve do Metrô é coisa de radicais.

As panes na CPTM e o acidente no Metrô, para o governo, é por conta de sabotagens.

Os desabrigados do Pinheirinho, que resistiram à destruição de seus lares em favor de um fraudador da BOVESPA são chamados de traficantes.

Os estudantes da USP que resistiram à opressão na universidade são simplesmente maconheiros.

Os trabalhadores que reclamam ao prefeito sobre as condições da saúde pública municipal são xingados de vagabundos.

Os tucanos não conseguem compreender que a realidade social transborda à imaginada em suas planilhas. A arrogância de certos técnicos impede uma compreensão mais atenda da nova realidade nacional.

A aprovação recebida pelo governo federal por parte da população, é vista pelos tucanos de forma torpe e distorcida. Entendem eles, que este fenômeno está reduzido à “compra de votos” gerada pelos programas sociais, em especial ao Bolsa Família. Acusam, além de tudo, a população de se vender por um prato de comida ou por alguns reais no orçamento mensal que permitira ao povo “parar de trabalhar”.

É uma tentativa de reduzir a realidade ao tamanho de sua compreensão.

O eleitorado de São Paulo talvez seja o mais conservador do Brasil, mas já percebeu que o jeito tucano de governar é uma tragédia. As eleições deste ano vão demonstrar esta insatisfação.

O poder concentrado nas mãos do PSDB só vem sendo possível graças à rejeição que o PT ainda sofre em algumas camadas do eleitorado paulista.

Mas este “medo do PT” que ainda persiste em alguma proporção no Estado de São Paulo não pode significar um cheque em branco para que os tucanos destruam nosso estado e nossa cidade.

O lulismo construiu alianças estratégicas em diversos estados com partidos aliados que vem realizando governos com grande aprovação, como é o caso do Rio de Janeiro (PMDB) e de Pernambuco e Ceará (PSB).

A situação em São Paulo se parece com o que ocorreu nos EUA na última década, em que o medo do bin Laden permitiu uma grande concentração de poder nas mãos de George Bush que mergulhou os EUA numa decadência econômica talvez irreversível.

Esta gestão tucana de duas décadas aproveita-se do conservadorismo paulista, chantageando a população com temores de sabotagens, greves e caos. É terrorismo puro para seqüestrar o estado mais importante da nação.

Se o PSDB ainda pretende rivalizar com o PT no plano nacional, deveria aproveitar enquanto tem dois dos maiores estados do Brasil em suas mãos (São Paulo e Minas Gerais). Apresentar modelos inovadores de gestão e oferecer a população destes estados melhorias nos serviços sociais.

Mas isso parece estar muito distante do horizonte deste partido decadente que esgotou sua missão para os brasileiros.

O PSDB chegou ao poder como uma intervenção do projeto neoliberal e naufragou junto com ele.

O castigo de nós paulistas será aturar com desgosto estes últimos anos de apagão na gestão tucana.










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