quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A estratégia da oligarquia é dividir o lulismo

Meses atrás, escrevi um post dizendo que a estratégia da oligarquia é dividir o lulismo.
E a investida continua.
A saída de Orlando Silva do PCdoB demonstra claramente que os ministros mutilados pela grande mídia que perderam seus cargos tem uma característica em comum. Compõem a base de apoio lulista. São filiados a partidos integrantes da aliança política que têm o presidente Lula como grande fiador da articulação.
As investidas têm o claro objetivo de constranger o governo Dilma – que se esforça para atender as expectativas de uma abstração chamada opinião pública – em suas relações políticas com a base de apoio do governo Lula.
A oligarquia tem o objetivo momentâneo de limitar o poder de transformação do governo Dilma, ou ao menos torná-lo o mais negociável possível.
 Lula concluiu o seu segundo mandato com a maior popularidade da história, liderando um governo de retomada do desenvolvimento econômico, num processo de crise e desgaste do discurso neoliberal pós crise econômica de 2008. O interesse inicial, não era o de aniquilar o governo Dilma, mas o de diminuir sua capacidade de modificar as bases da organização econômica brasileira, dada a vocação desenvolvimentista da “mãe do PAC” e atual presidenta.
Como a oposição está esfacelada e em evidente crise de articulação, reflexo da derrota eleitoral de Serra e principalmente pela derrota do proclamado “legado FHC”, a imprensa mais uma vez assumiu a condição de partido político e agora pretende dar seus próximos passos.
Retomando:
A oligarquia oferecerá duas possibilidades para a presidenta Dilma.
O primeiro caminho é enganosamente confortável. Caso Dilma se afaste do lulismo, a imprensa oferecerá flores e afago. Fará de conta que o projeto de Dilma está em convergência com os interesses dos velhos donos do Brasil. Louvará a independência de Dilma e elogiará sua conduta. Mas tão logo o dilmismo se divorcie do lulismo, na primeira esquina, ela será impiedosamente massacrada para dar lugar a um novo projeto genuinamente alinhado com o já famoso PIG (partido da imprensa golpista).
O segundo caminho apresentado à Dilma será inicialmente mais duro e conflituoso. Dilma sustenta seu poder na população que a elegeu. Finca-se no terreno duro, porém fértil do lulismo e leva em frente o projeto de desenvolver o Brasil, combatendo as desigualdades. Serão dias difíceis, mas o povo brasileiro estará ao seu lado e as mídias alternativas estão prontas para apoiar este momento histórico do Brasil. Será a única maneira de Dilma se proteger verdadeiramente e fazer um governo vitorioso.
Cada gesto de independência e de personalidade de Dilma vem recebendo um caráter de ruptura com Lula.
Neste especial momento é recomendável calma e reflexão aos setores progressistas.
È necessário confiar na presidenta Dilma. Não devemos incorporar as intrigas plantadas por aqueles que morrem de medo de ver este Brasil mudando. Com alguns erros históricos, é verdade, mas caminhando em direção da justiça social, tentando fazer a vida da nossa gente mais feliz.

Um comentário:

  1. Artigo sensato, Rafael.
    Há muita histeria entre os companheiros e o momento é de reflexão. Ação também, mas sem cair no conto do PIG, que é o que está acontecendo. Eis o PIG pautando nossas vidas e, como militantes, temos que saber discernir as coisas.

    ResponderExcluir