quarta-feira, 18 de maio de 2011

Corinthians x Palmeiras

Hoje é dia de Corinthians e Palmeiras.
Definitivamente, este é o maior jogo do futebol mundial.
Corinthianos e Palmeirenses consideram esse derby como um campeonato a parte. É impossível digerir uma derrota de maneira tranqüila, afinal, uma rivalidade de quase um século está em questão.
Mas existe algo que é particularmente interessante neste clássico. Não existe uma relação de ódio puro e simples entre as duas agremiações. Na verdade, é muito mais do que isso.
Também não acho que quanto maior o ódio, melhor o clássico. Essa valorização da raiva em outras disputas regionais diz muito pouco sobre o que é Corinthians X Palmeiras.
O Corinthians que nasceu antes. É o primeiro clube assumidamente popular de São Paulo, sendo fundado por operários, alguns eram espanhóis e italianos. Um esporte que era da elite, agora tinha de conviver com a maloqueirada que convocava a população para sustentar e prestigiar o novo clube.
Em 1914, quatro anos depois, veio o Palmeiras. Há muitos que sustentam que uma parte de dissidentes do Corinthians formada principalmente pelos italianos, fundou o Palestra Itália.
Historiografia a parte, o fato é que hoje pode parecer até chique ostentar uma origem européia. Mas no começo do século passado, essa gente vinha aos montes para São Paulo, fugindo das guerras civis e mundiais, para muitas vezes substituir a mão-de-obra escrava que havia sido recentemente liberta.
O que eu quero dizer, é que Corinthians e Palmeiras têm uma origem comum. Depois, os dois clubes trilharam caminhos distintos, com o Palmeiras sendo dirigido por um grupo social mais específico  e o Corinthians agregando todos as outras gentes. Mas, fundamentalmente, esses dois clubes são parentes.
Isso não quer dizer que tudo seja harmonia, ao contrário. Corinthians e Palmeiras são como primos rivais que não se falam por muitos anos.  Os caminhos e descaminhos de um, sempre interessam ao outro. A derrota do primeiro é necessária para a confirmação da vitória do seguinte.
Mas a verdade é que um não vive sem o outro. Se um deles acabar o outro não têm muito o porquê existir.
O São Paulo Futebol Clube veio depois. É outra onda. Torcer para o São Paulo remete ao status. Torcer para Corinthians e Palmeiras remete à origem.
Um são paulino quando perde um jogo, desfaz da derrota, como que diminuído sua importância. O Corinthiano e o Palmeirense acusam o golpe. Ficam explícitos seus sentimentos. Por incrível que pareça são parecidos.
Que os Corinthianos permaneçam sem vestir verde e gorando cada partida do rival.
Que os porcos também continuem nos mal dizendo e nos querendo pelas costas.
Mas que o clássico seja sempre valorizado e que cada um saiba da importância do outro na construção de sua própria identidade.
Desejo que quando as lágrimas vierem, e elas serão inevitáveis em alguns momentos, que sejam apenas pelas partidas dentro da cancha.
Nunca por um primo irmão morto em algum tipo de guerra idiota.
Hoje é dia de Curinthia e Parmera!

Nenhum comentário:

Postar um comentário